Expressões Faciais Universais
Pesquisas transculturais ao longo de décadas apontam evidências sobre a existência de 7 emoções básicas que possuem expressões faciais universais. São elas: alegria, tristeza, raiva, aversão, surpresa, medo e desprezo. Para além das expressões faciais associadas a essas emoções, as pesquisas também abordam os gatilhos que as disparam, a sensação subjetiva que elas provocam e também os comportamentos, ou impulsos de ação, que são promovidos por elas (Ekman, 2016; Fredrickson & Branigan, 2005; Fridlund, Ekman & Oster, 1987).
Independente da sociedade e cultura em que se vive, ao experienciar uma dessas 7 emoções, os indivíduos vão mover os mesmos músculos faciais, sendo que existem reguladoras culturais, como as regras de exibição, mas este será assunto para outra publicação.
Por que estudar a Expressão Facial da Emoção
Estudar a expressão facial da emoção é estudar a emoção, aquilo que move as pessoas, o que determina a qualidade de suas vidas, seus comportamentos e suas comunicações, mas também é uma oportunidade para se tornar mais consciente dos momentos que você mesmo vivencia e aprender a compreender, regular e acessar as próprias emoções.
Para os entusiastas do estudo sobre a linguagem corporal é importante dizer que a análise da expressão facial possui uma ferramenta científica de mensuração chamada Facial Action Coding System (FACS), que foi publicada por Paul Ekman e Wallace Friesen em 1978 e revisada por Ekman, Friesen e Joseph Hager em 2002. Essa ferramenta permite medir as ações faciais e pontuar suas Unidades de Ação (AUs), intensidade, assimetria ou unilateralidade, duração, entre outros códigos e, combinada com o EMFACS, sigla para Emotion FACS, permite compreender certas pontuações realizadas sobre expressões faciais em uma das 7 emoções básicas.
As 7 Emoções Básicas Universais
A imagem abaixo pertence à base de dados “As Faces das Emoções Básicas”, produzida pelo CICEM em 2017, e mostra uma baseline (face neutra/relaxada) ao lado das 7 emoções básicas universais feitas voluntariamente em laboratório por modelo humano. Você consegue reconhecer cada uma delas? Deixe sua resposta nos comentários.
As Pesquisas e o Histórico Básico da EFE
Sobre a universalidade da expressão facial das emoções, vale dizer que a discussão sobre este tema foi iniciada, de forma científica, por Charles Darwin que, em 1872, publicou o livro The expression of the emotions in man and animals, onde propôs que haveria uma estrutura no cérebro e no código genético responsável pela expressão comportamental universal das emoções nos homens e em outros animais. Em resumo, Darwin afirmou que a expressão facial de algumas emoções humanas são inatas, universais e partilhadas por todos os membros das mesma espécies, ou seja, sem ser o resultado de aprendizagem ou sujeita às variações culturais/sociais.
No séc. XX a antropóloga Margaret Mead afirmou, sobre este tema, o contrário de Darwin e escreveu que todos os comportamentos humanos seriam um produto peculiar resultado das diferentes culturas, o que implicou diretamente sobre os comportamentos faciais.
Sendo assim, a necessidade de verificar qual dos dois teóricos estava certo emergiu e foi à campo o psicólogo Paul Ekman, que realizou pesquisas nos Estados Unidos da América, Japão, Brasil e em outros países, até encontrar a tribo Fore, da Papua Nova Guiné, que era uma tribo virgem, isto é, que nunca havia tido contato com outra civilização. Nesta cultura e com os estudos antecedentes de Ekman, juntamente com a pesquisa de outros que realizavam investigações semelhantes em paralelo, como Carroll Izard, pode-se constatar a veracidade da teoria universal de Darwin e também mapear as 6 emoções básicas universais em seres humanos, onde mais tarde a emoção básica desprezo seria incorporada e passaria-se a falar de 7 emoções básicas inatas e universais.
Para Saber Mais
Chegou o novo livro de Caio Ferreira – Escritos Sobre a Mensuração Científica da Face Humana: Vol. 1 – O Guia do Emocionauta! – repleto de figuras, tabelas, referências e todo apoiado em estudos científicos sobre o comportamento emocional – com linguagem simples, sem enrolação, e esclarecendo a comunicação não-verbal, a linguagem corporal, o cérebro emocional, a expressão facial da emoção e o Facial Action Coding System (FACS).
Compre aqui: Escritos Sobre a Mensuração Cientítica da Face Humana: Vol. 1: o guia do emocionauta (versão revisada e ampliada)
Referências Consultadas
Darwin, C. (2009). A expressão das emoções no homem e nos animais. (Leon de Souza Lobo Garcia, Trad.). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1872).
Ekman, P. (2003). Emotions revealed: recognizing faces and feelings to improve communication and emotional life. New York, NY: Times Books.
Ekman, P. (2016). What Scientists Who Study Emotion Agree About. Perspectives on Psychological Science, 11(1), 31-34.
Ferreira, C. (2017/2018). As Faces das Emoções Básicas (FEB). São Paulo: CICEM.
Ferreira, C. (2018). Conceitos básicos sobre expressão facial da emoção. São Paulo: CICEM Ed. (Livro digital Disponível em: https://goo.gl/GmvrK3)
Ferreira, C. (2018). Escritos sobre a mensuração científica da face humana: vol. 1 – o guia do emocionauta. São Paulo: CICEM Ed.
Quer saber mais??
Inscreva-se já para os próximos Cursos do CICEM
Para saber mais
- O Cérebro e a Expressão Facial da Emoção
- As 16 Emoções Agradáveis
- Conheçe Lie To Me?
- Sobre as Microexpressões Faciais
- Quem é Paul Ekman
- Está lançada a Boomerang FACS Code Database
- O que é FACS?
- O Estudo de Duchenne
Por um mundo mais emocional!
Esse mini curso poderia ter um desconto para estudante.